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Quarta-feira, 22 de Março de 2023

Contato direto de área de sustentabilidade com CEO acelera agenda ESG

Estudo da consultoria Russell Reynolds mostra que maior influência sobre cargos do primeiro escalão nas empresas facilita a implementação das mudanças necessárias na organização

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A consultoria em avaliação e desenvolvimento de lideranças e busca de altos executivos Russell Reynolds acaba de divulgar um estudo em que identifica que há uma relação direta ao nível de envolvimento do presidente da organização, o CEO, com o avanço da mesma na agenda ESG (sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança corporativa).
 
Segundo a pesquisa Líderes de Sustentabilidade RRA, apenas 20% dos Chief Sustainability Officer (CSOs ou líderes da área de Sustentabilidade) reportam seus planos diretamente aos CEOs.
 
Mas quem faz isso, consegue aumentar em 50% a qualidade e agilidade dos resultados sobre os executivos que tratam o tema com outras lideranças e gerências. A consultoria até chama esses profissionais de Sustentabilidade com canal direto com a alta liderança de “CSOs empoderados”.
 
- A Sustentabilidade deixou de ser apenas um braço estratégico e tornou-se essencial para o desenvolvimento e crescimento das organizações. O desafio para os CSOs é ocupar cada vez mais os pontos centrais das companhias, estreitando o relacionamento com o Conselho e áreas estratégicas e identificando riscos e oportunidades que outros líderes podem deixar passar - explica Mariane Montana, consultora da Russell Reynolds.
 
O que o levantamento aponta que o contato direto traz vantagens estratégicas como acesso a informações cruciais para tomada de decisões e até influência nas decisões e estratégias sustentáveis da empresa, direcionamentos mais assertivos e visão mais holística e transversal nas áreas da empresa. Isso tudo, diz o relatório, garante uma melhor gestão dos negócios e a superação das metas.
 
Além disso, outra vantagem é que os próprios CEOs podem se beneficiar de ter esses profissionais por perto.
 
- O CEO deve olhar para o CSO como seu parceiro na construção e implementação da estratégia de Sustentabilidade em toda a organização, envolvendo-o também com investidores e outras partes interessadas. Essa é uma maneira poderosa de acelerar os resultados do plano de ação e garantir que a mentalidade sustentável se torne uma verdadeira competência organizacional - complementa Mariane.
 
Desafios
 
Segundo o estudo, os principais desafios para desenvolvimento da pauta sustentável e alcance de metas são competição de prioridades, complexidade organizacional e falta de habilidades e experiências necessárias.
 
Segundo Mariane, os perfis de lideranças de Sustentabilidade possuem quatro pilares centrais: pensamento sistêmico de todo ecossistema no qual a empresa está inserida, visão de longo prazo, inclusão de diversos stakeholders na tomada de decisão e inovação e transformação de negócios.
 
- Além disso, esses líderes precisam ser naturalmente curiosos e possuir coragem para desafiar o status quo e resiliência para manter o rumo dos negócios diante de contratempos, sejam eles internos ou externos. Isso facilita na identificação de novas soluções que equilibram rentabilidade e sustentabilidade - completa.

Contratação
 
Embora o alinhamento com o CEO seja um importante aspecto para o desempenho do CSO, a Russell Reynolds destaca que é preciso, porém, escolher o profissional mais preparado. E isso não quer dizer apenas tecnicamente preparado, mas que tenha soft skills para se relacionar e influenciar outras pessoas.
 
A consultoria ressalta ainda a necessidade de se investir no desenvolvimento da próxima geração de líderes. De acordo com a pesquisa, antes de assumir a diretoria de Sustentabilidade, 68% dos CSOs já ocupavam uma posição de liderança relacionada à agenda e 55% possuíam mais de três anos de experiência na área.
 
Isso é importante porque já chegam às empresas com uma visão abrangente sobre os desafios e possíveis soluções da agenda ESG, que vão desde direitos humanos, redução da desigualdade econômica, desigualdade de gênero e racial, até a redução ou reversão dos efeitos da poluição e do desmatamento.
 
Outra habilidade é a do diálogo com outras áreas para mostrar a transversalidade da temática e construir programas conjuntos, além de promover a “mentalidade sustentável”, na organização.
 
Em 2022, a Russell Reynolds registrou aumento de 53% na demanda por executivos especializados em Sustentabilidade, em relação ao ano anterior. Além de cargos específicos, como CSO e membros de Comitês de ESG, a “mentalidade sustentável” passa a ser requisito básico em todo o C-Level, diz.
 
Ou seja, apesar de alguns profissionais serem especializados em trazer um olhar sustentável para todas as áreas da organização, a consultoria acredita ser importante que os demais líderes entendam sobre o tema, “observando o potencial do valor agregado”.
 
Fonte: O Globo - 17/03/2023

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