IBRACON - Instituto de Auditoria Independente do Brasil

Instituto de Auditoria Independente do Brasil IBRACON - Instituto de Auditoria Independente do Brasil

Notícias > Notícias do Mercado

Terça-feira, 24 de Janeiro de 2023

Nem bitcoin, nem ethereum: conheça as criptos que podem bombar em 2023

Desempenho dos tokens focados em projetos de finanças descentralizadas, contratos inteligentes e Web3 estão sob os holofotes e já acumulam altas expressivas em janeiro

Tamanho do Texto: a A


Em janeiro de 2022, o mercado cripto contava com pouco mais de 16 tokens emitidos e negociados, relacionados a diversos projetos do ecossistema, como finanças descentralizadas (DeFi), contratos inteligentes, serviços de pagamento e até as chamadas memecoins - que não têm muita utilidade prática, mas empolgam os criptonativos. Ainda que muitos desses projetos tenham sido dizimados pelo inverno cripto, 2023 iniciou com mais de 22 criptomoedas em circulação.
 
Para além do bitcoin e do ethereum, as duas maiores criptomoedas em valor de mercado e transações diárias, outras altcoins (designação dada a qualquer cripto que não o bitcoin) geram expectativas em torno das que conseguirão se manter resilientes a um ambiente ainda incerto, tanto na macroeconomia, quanto na criptoeconomia, e poderão registrar desempenho positivo ao longo do ano, conforme os projetos aos quais estão relacionadas.
 
Especialistas consultados pelo Valor Investe listaram 13 criptos diferentes que tiveram momentos difíceis em 2022, mas devem proporcionar bons desempenhos este ano. Algumas foram citadas mais de uma vez, como a Polygon (MATIC), a Chainlink (LINK) e o Litecoin (LTC). Solana (SOL), que amargou efeitos devastadores provocados pela quebra da exchange FTX, pode dar a volta por cima, buscando retomar o caminho de se tornar a maior concorrente da rede Ethereum.
 
“As criptos que bombaram são aquelas cujo fundamento é o uso real”, aponta João Zecchin, sócio-fundador da Fuse Capital. “São essas as moedas que devem se consolidar.”
 
João Kamradt, diretor de pesquisa e investimentos da Viden Ventures, afirma que “podemos falar de ativos que se mostraram resilientes e que continuaram construindo e focando em inovações para os usuários, se posicionando muito bem para um mercado de alta futuro”.
 
A fênix?
 
Com uma alta acumulada de 130%, nos primeiros 15 dias do ano, após derreter 94% em 2022, o token nativo da rede Solana (SOL) promete ser a fênix do ecossistema cripto este ano. O token levou um baque com a falência da FTX, uma vez que havia um forte vínculo de investimentos e ações entre ambas.
 
“A vantagem é que a Solana tem um ecossistema de desenvolvedores fortes porque funciona em uma linguagem diferente do resto do mercado e a tendência é que os desenvolvedores continuem com os projetos na plataforma pela dificuldade de migração”, afirma Zecchin. “Com isso, mesmo desvalorizada em relação ao pico, ela [Solana] pode encontrar uma solidez onde está agora.”
 
Pedro Lapenta ,Yuri Alter e Lucas Santana, analistas da gestora Hashdex, ressaltam que Solana é uma blockchain pública alternativa à Ethereum, que tem como objetivo alcançar maior escalabilidade e suporte a contratos inteligentes, ao mesmo tempo que não sacrifica segurança e descentralização.
 
“Solana começou 2022 como a grande promessa do setor de contratos inteligentes, passou por alguns apagões na rede, mas também teve destaques positivos em TVL [valor total agregado bloqueado, indicador que mede a quantidade de fundos depositados em contratos inteligentes], volume de NFT, receita da rede e até em número de validadores”, destacam, citando ainda projetos importantes como o Solana Pay e o Solana Mobile.
 
“Mas a rede viu desacelerar atividade com as sucessivas crises ao longo do ano passado e, desde o colapso da FTX, houve uma aceleração no declínio do preço do seu token e da atividade geral da rede por conta das ligações diretas e indiretas com a exchange falida”, apontam. “Com o distanciamento da FTX, Solana pode tornar-se mais descentralizada no futuro e voltar a atrair desenvolvedores e usuários novamente.”
 
Rodrigo Batista, presidente da Digitra, destaca ainda que Solana é chamada de “Ethereum Killer, pela sua competitividade em contratos inteligentes”. “É nesse fundamento que o mercado pode apostar na recuperação do token SOL em 2023.”
 
As queridinhas do momento
 
- MATIC, da rede Polygon
 
A interoperabilidade (troca de informações entre sistemas diferentes) e a escalabilidade são aspectos fundamentais para o crescimento das Finanças Descentralizadas (DeFi). Nesse sentido, um dos destaques deste ano no ecossistema deve ser a rede Polygon e seu token nativo MATIC. Em 2022, o valor do token caiu 70%. Este ano, até dia 16 de janeiro, já acumulava alta de 33%.
 
“A Polygon é um projeto bem capitalizado que conseguiu captar grandes aportes mesmo durante o mercado de baixa em 2022”, comenta José Artur Ribeiro, presidente da exchange Coinext. “Um dos principais meios de que dispomos atualmente para alcançar mais escalabilidade é através de soluções de segunda camada, como a Polygon. Com isso, em 2023, é possível que ocorra a valorização das criptos de projetos que facilitem o desenvolvimento de aplicações dentro da rede Ethereum, como MATIC.”
 
Ayron Ferreira, analista-chefe da Titanium Asset Management, destaca as parcerias estratégicas da rede Polygon com grandes empresas durante o ano passado, como Meta, JP Morgan, Starbucks e Disney.
 
Batista, da Digitra, também ressalta que a rede Polygon “oferece conexão e escalonagem de projetos em blockchain compatíveis principalmente com a Ethereum, que é hoje a maior rede de atividades da Web 3”, sendo que MATIC é a base de negociações e transações dentro da rede, se tornando um dos principais tokens relacionados às Finanças Descentralizadas (DeFi). “Os fundamentos de interoperabilidade com a Ethereum é o que chama a atenção do mercado para esse projeto”, pontua.
 
- LINK, da Chainlink
 
“Com a inovação dos oráculos, a Chainlink é uma blockchain descentralizada que traz soluções para clientes institucionais oferecendo contratos inteligentes mais seguros, além da ligação entre diferentes blockchains”, explica Batista.
 
E o que seriam esses “oráculos”, afinal? Oráculos (oracles, em inglês) são provedores de informação externa para redes blockchains diversas, explica Santiago Juarros, da Ripio. Essas informações podem ter inúmeras finalidades e são usualmente utilizadas nos smart contracts, os contratos inteligentes ou contratos digitais auto-executáveis.
 
“Basicamente, a Chainlink é um elo que auxilia no processo de registro de transações e dados de empresas em blockchain”, acrescenta Batista. Seu token, o LINK, é usado como pagamento para quem participa do funcionamento da rede.
 
Em 2022, a Chainlink lançou seu programa de "staking", isto é, o processo em que os mineradores devem manter suas criptomoedas bloqueadas na blockchain para validar transações na rede e receberem recompensas.
 
“O staking de LINK é parte do programa Chainlink Economics 2.0, que possui o propósito de dar aos participantes de seu ecossistema maiores garantias de segurança e aumentar as recompensas recebidas pelos validadores da rede”, detalha Ribeiro.
 
“Esse modelo aumenta a confiabilidade no serviço de oráculos da Chainlink, podendo atrair mais clientes e investidores, alimentando a adoção de serviços descentralizados e o crescimento do ecossistema da Web3 nos próximos meses”, acrescenta o presidente da Coinext. “Outro ponto importante é que o staking pode ser um meio de retirar tokens LINK do mercado, diminuindo sua oferta e impactando seu preço positivamente.”
 
No ano passado, o preço do LINK recuou 71%. Em janeiro, até dia 15, tinha valorização de 21%.
 
- LTC, da Litecoin
 
Enquanto o bitcoin é considerado o “ouro digital”, o Litecoin é a “prata digital”, com um sistema mais rápido e mais barato que seu “primo”. O token LTC também possui a característica de ser escasso, sendo que o limite final é de 84 milhões unidades. Seu processo de mineração (emissão) é reduzido à metade a cada quatro anos, chamado “halving”.
 
O halving do LTC está programado para ocorrer em meados deste ano e esse é o principal motivo pelo qual o token deve registrar valorização.
 
Ferreira, da Titanium, destaca que o token da rede Litecoin caiu cerca de 50% no ano passado e essa foi uma das melhores performances diante do cenário desastroso vivido pelo mercado em 2022. Até dia 15 deste mês, a alta é de 24%.
 
“Considerando a expectativa de valorização antes do halving do Litecoin, podemos encontrar um cenário positivo para a moeda nos próximos meses”, avalia Ribeiro, da Coinext, reproduzindo o mesmo movimento ocorrido em reduções anteriores, em 2015 e 2019. “Porém, ainda vai depender dos próximos acontecimentos no mercado como um todo e dos novos dados sobre o cenário macroeconômico.”
 
Os analistas da Hashdex destacam ainda a parceria realizada entre o Google Cloud e a corretora norte-americana Coinbase para aceitar pagamentos em cripto para os serviços de nuvem da big tech e uma das moedas que será aceita provavelmente é o Litecoin, além dos clássicos bitcoin e ethereum.
 
Sempre bom lembrar…
 
Ribeiro reforça que a decisão de investimento em uma criptomoeda “é individual e deve ser tomada em conjunto com fatores como perfil de investimento, sua própria estratégia e o momento pessoal pelo qual o investidor está passando”.
 
“Não se pode afirmar ao certo o que vai acontecer no futuro de uma criptomoeda e, em 2023, não é diferente”, ressalta. “É fundamental que criptoinvestidores acompanhem o mercado e as notícias que possam impactar seus investimentos, já que tanto fatores internos quanto externos podem fazer com que o mercado vire completamente, algo que aprendemos com os acontecimentos de 2022.”
 
Fonte: Valor Investe - 24/01/2023

Próximos cursos

Fechar [X]

Indicar a um amigo!

Fechar [X]

Enviar a um amigo!